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segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Literatura



A literatura é um meio de representar sensações, assim como a música e outras formas de arte e daí a capacidade de prender o leitor pelas suas linhas e entrelinhas. Ela está ligada a fatos históricos, portanto representa o seu momento. Ao fazer uma visita guiada à Academia Brasileira de Letras, por exemplo, você se vê num “nó cego” entre a História e a Literatura.
Um texto literário para ser compreendido como tal não é exatamente algo organizado que segue padrões como uma lista telefônica, já exemplificado por Culler. Dado que as palavras ‘texto’ e ‘tecido’ vêm do mesmo radical, conclui-se que um texto literário é um tecido de palavras. Imagine um tecelão que, com arte e destreza usa o tear para fazer redes, tapetes e nestes trabalhos estão todos os seus sentimentos representados pelas cores e figuras que se formam. Assim é o texto literário: um tecido de palavras criado de forma artística por um escritor. Para o crítico literário americano Ezra Pound “[...] literatura é simplesmente linguagem carregada de significado até o máximo grau possível” (POUND, 1977, p. 32).

Por que não gosta de ler?



Pense no seguinte fato: ao entrar em uma turma de crianças entre 3 e 5 anos você percebe o prazer que têm ao manusear um livrinho de histórias, há aquelas que, apesar de ainda não saberem ler, passam o dedinho pelas palavras e inventam, de acordo com as gravuras, contos fantásticos. Nesta mesma escola, ao entrar em uma turma de adolescente de 13 e 14 anos, você pergunta quantos têm o hábito da leitura e o que acontece? Fica perplexo ao saber que não chega a 20% dos alunos. O que aconteceu? O que foi feito, então, para que o gosto pela leitura se dissipasse?
A resposta está na forma como foi trabalhada a leitura durante do primeiro segmento do Ensino Fundamental. Por ser vista como a mais prática pela grande maioria dos educadores por causa da sua característica predominante que é a imediata interpretação de símbolos e conhecimento do significado das palavras, a concepção reduzida de leitura, torna-se o alvo certo na escolha do “como trabalhar a leitura na sala de aula”. O uso pedagógico da leitura da forma tradicional que faz os alunos lerem um livro pela obrigação da prova que irão fazer, inibe o gosto pela leitura, já que a preocupação maior se centraliza em como responder o que é esperado pelo professor. O que dizer então quando tudo isso mistura-se ao fato das crianças terem que ler o que lhes é imposto pelo professor que, muitas vezes, no momento de escolher os livros não tem muitas opções já que a pronta entrega é o critério principal na maioria das escolas.

            Vejamos agora outra situação: e se os alunos tivessem garantidos os 10 direitos imprescritíveis do leitor, escritos por PENNAC em seu livro Como um romance, a começar pelo direito de não ler?! Como a escola reagiria ao perceber que pular as páginas pode fazer parte do princípio do prazer?  O que fariam os professores ao se depararem com alunos escolhendo o que e onde ler? Imagine a cena: “Professora, eu queria ler este livro em voz alta para os meus colegas, mas tem que ser lá no refeitório, na hora do lanche! ”
            Ah, se respeitássemos a amplitude das interpretações dos alunos e não a usássemos somente para fins ortográficos e gramaticais, assim teríamos, como diz Vânia Maria Resende, a leitura como um ato de abertura para o mundo.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

A importância da prática reflexiva para a atuação docente



A primeira atitude para um ensino reflexivo é a mentalidade aberta, para tanto o docente deverá saber ouvir; saber falar; aceitar o erro e examiná-lo e refletir sobre a melhor maneira para a concretização desses ideais. (Garcia, 1992)

Eu acho que... Brincadeirinha (risos)! Não é assim que vou começar este texto! Apesar de ser uma introdução significativa, pois, na maioria das vezes que vemos alguém citar este início de frase, significa que fez uma breve reflexão. Porém basear-se em achismos numa área tão complexa que é a atuação docente seria, no mínimo, irresponsável. Há a necessidade de um embasamento teórico para esta prática e, certamente, estudos acadêmicos, atualizações e treinamentos fazem parte desta formação.
Porém as situações problemáticas que surgem no dia a dia não podem ser resolvidas apenas com a teoria que, apesar de ter seu merecido valor, não é suficiente quando se trata da prática. Shön (1997) faz esta crítica aos atuais currículos, e valoriza o conhecimento que vem da prática aliada à reflexão. Segundo este autor a reflexão ocorre antes e depois da ação. Podemos, então, fazer um paralelo com o que diz Paulo Freire em sua obra Pedagogia do Oprimido acerca deste assunto quando ele, o autor, parte de uma experiência concreta para desenvolver uma metodologia dialética: ação->reflexão->ação. Deixe-me “abrir parênteses” já que o citamos: já tivemos conhecimento de estabelecimentos de ensino que, com a intenção de fazerem merchandising, colocaram cartazes “Aqui trabalhamos com o método Paulo Freire” como se Freire tivesse produzido uma receita pronta para educar quando, na verdade o que ele nos deixou foi a consciência da importância da reflexão para a educação, pois sem ela voltamos aos moldes antigos da escola tradicional onde se formavam repetidores de conceitos e não pessoas autônomas com capacidade de deliberar.
Os estudos de Maurice Tardif (2000) mostram, em outras palavras, que, ou os professores são vistos como técnicos que aplicam em sala tudo o que aprenderam com seus professores que, por sua vez, aprenderam com os seus e desta forma em diante, sempre passando para seus alunos o que lhe foi ensinado sem questionamentos ou, de outro lado, são vistos como agentes sociais e, portanto, têm a função de disseminar a cultura da classe dominante bem como sua ideologia. As duas formas tiram a autonomia deste profissional mostrando-o como uma peça de encaixe de um quebra-cabeças chamado alienação.
A prática da docência não se resume em aplicar os conhecimentos adquiridos, como diz Tardif, ela passa a ser também um ambiente de aprendizagem. Muitas são as necessidades de cada aluno, de suas respectivas famílias, da comunidade onde ele vive e nesses ambientes aprendemos que, mesmo com todo o planejamento, nem sempre os objetivos programados levam a um fim proveitoso, neste caso tomaremos como referência o que diz Zeichner (1993) para fazermos uma autoavaliação: não se pergunte quanto ao alcance dos objetivos, e, sim, se questione: “Gostei do resultado? ”

A Monkey for children